terça-feira, 31 de março de 2009

A Caminho da Morada

Estrada árida que não foi escolhida
árvores sem vida, sem folhas, galhos secos
chão de terra seca, batida e poeirenta

Vê-se pelo caminho, o que poderia ter sido
bocados de ilusão, pedaços de intenção
quem anda por ela, nao escolheu passar
a carruagem foi aberta para expulsão

É certo que de tantas em tantas milhas
a carruagem torna a passar lentamente
olha a mazela, contempla a sobra humana
e oferece a seu modo o restauro da vida

O peregrino nao se importa mais com o orvalho
com a chuva que cai, com o frio que consome
com a fome que chicoteia ou com o sol que queima
apenas quer chegar inteiro ao seu destino final

Age como um guerreiro voltando da batalha
mesmo que ainda hajam combates pelo percurso
não se dobra aos manjares fartamente oferecidos
em troca de rumar ao sabor de terceiros

Passam caminhantes que oferecem uma tenda
um agasalho, um curativo, um naco de pão.
Não sabe ele quanto durará sua jornada
mas está certo de que chegará.

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