terça-feira, 28 de abril de 2009

Jardins da Paz (ou Poema Botânico)

Ainda há de chegar.
Mansamente,eu sei.
Há de chegar aos jardins da paz
onde brotarão hibiscos brancos
brandos de ternura
em folhagens lânguidas e prematuras
e nelas eu verei seu rosto
de cariátide feita com formosura.
Ainda há de chegar
o dia em que as coroas de cristo
serão pelo Jardineiro aparadas
e todas as mágoas afogadas
assim,todas as feridas,saradas
Ainda há de sentir novamente
toda a sutileza da pequena begônia
que de seu tamanho não se envergonha
e floresce quieta e singela
úmida na sombra.
Ainda há de se despir
dos sentimentos de todos os rubores
mesmo das rosas rubras
de antigos amores
ou de beijos de dissabores
passarão todas as dores.
Ainda há de se vestir
com a alegria das alamandas
que não se apressam em surgir
para logo fenecer.
Porém vêm em grande comitiva
e permanecem por longos tempos.
Por fim,
Ainda há de se enfeitar
com o veludo róseo das muzaendas
que chegam em cachos de paixão
e não fosse pela natureza,
dada a hora de todos os seres viventes
pelo frio do inverno,
de sua beleza
não se despediriam

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